Preso na petulância da minha solidão...
Esperando que alguém venha buscar me...
 livrar me...
do que sou, do que fui, do que serei...
presa nessa solidão...
no escuro do meu quarto...
o céu estrelado...
a noite caindo...
a ilusão abraçando me...
grito com toda minha voz...
que parece não sair...
meus olhos cansados...
da esperança...
de esperar por alguém...
que estará vindo...
meu coração bate...
nas embaladas do tempo...
meu lamento...
começam escorrer entre meus olhos...
a solidão...
de alguém que tanto espero...
te quero...
mas você não vem...
mas você não me ouve...
sinto minhas forças acabando...
me abandonando...
a solidão me envolvendo cada vez mais...
grito seu nome...
porque não me ouve...
parece que vou enlouquecer...
por dentro a alma se despedaça...
a loucura parece dominar me...
ha não sei até quando vou aguentar...
esperar você...
venha logo...
venha depressa me socorrer...
ou então será eternamente o meu sofrer...
sofrerei calada...
aninhada com a solidão...
e então meu coração...
irá parar de bater...
bater..
bater...

Dobro a esquina dos meus pensamentos...

Tentando fugir dos meus sentimentos...

Corro sem parar...

Sem para trás olhar...

Corro...

Sem destino...

Perdido em um labirinto...

Que se transformou meu coração...

Estou cansada...

Perdida nessa ilusão...

Preciso ser amada...

E parar de fugir...

 Fugir de algo que está grudado em mim...

Como eu pude deixar isso acontecer...

Como eu puder deixar esse amor nascer...

E agora...

Como fazer...

Se nem eu sei onde está você...

Então lamento...

Estou perdendo tempo...

Tempo esse que não voltará mais...

Fecho os olhos cheios de lágrimas...

E como num passe de mágica...

Desperto-me desse sonho profundo...

Volto ao meu mundo...

Tão frio...

Tão vazio...

Quanta solidão...

Porque levou meu coração...

Não entendo...

Porque esse lamento...

Não sei por que fui deixar isso acontecer...

E agora...

Está na hora...

De você me dizer...

Como esquecer...

Você...

O que dizer de um momento...

Onde não há tempo...

Tempo para pensar...

Tempo para responder...

Perguntas essas que não sairiam de mim...

Mas enfim...

O que dizer de um momento...

Que me trouxe a paz...

Essa que um dia ficou para trás...

Esses olhos que tanto me intimidam...

Esses beijos que me tranquilizam...

Essas mãos que me levam ao infinito...

O que dizer de um momento...

Que o tempo trouxe-me como sentimento...

Sinto-me tão feliz...

Sinto-me como um aprendiz...

Sinto a criança em mim brotar...

E seu instinto protetor me afagar...

Em seus braços me acolher...

Em seu colo me proteger...

Abrace-me...

E não pergunte nada...

Apenas me ame...

E não me pergunte nada...

Pois o que dizer de um momento...

Que o tempo nos trouxe como agradecimento...

Eu queria poder falar de um amor...

Sem que os olhos deixassem uma lagrima cair...

Sem que a boca não castigasse o coração...

Levando na melodia dos pássaros...

 na manha de sol estrelado...

Pudesse a vergonha de lado deixar...

E falasse do amor que tem me sufocado...

Mas toda vez que tento desse amor falar...

Apenas fico frustrado...

Porque os olhos não podem aguentar...

 Aquilo que o coração tem guardado...

E nesse tempo absurdo...

Ouço sua voz e choro calado...

Dos teus lábios brota o mais puro sabor...

 Que não tem forma...

 Não tem cor...

 Mas alimenta minha alma...

O peito queimava...

Não sabia o que sentir...

Se chorava...

Ou se vinha a sorrir...

Mas sabia que te amava...

Por isso então...

 Um beijo eu  pedi...

Para minhas lagrimas não cair...

Essas noites...

 Que atravessam meu dia como uma estaca...

No peito me deixa a duvida...

Se vivo por você...

Já não sinto mais o sangue...

Escorrendo nas veias nem as

Lágrimas amarga que se misturam num imenso mar...

Os olhos que jaz não há cor...

Nem brilho, se perde na escuridão...

As lembranças que tento esconder de todos...

 Ou talvez de mim mesma...

Esse refugio que não habita mais ninguém...

Apenas eu e minhas amargas fraquezas...

O que será de mim sem você...

Pergunta uma voz que vem lá do fundo obscuro...

Que nem eu tive coragem de chegar...

Mais um pouco descubro...

 Que aquela voz fria e assustadora...

É apenas o eco do meu silêncio...

Ao ver você partir...

A noite que vinha...

 Sem querer se apressar...

Logo conseguira chegar...

Ao encontro do meu silencio...

A lua brilhando no céu...

E as horas que vinham se aproximando...

Dos dias e noites que me deixariam sem você...

Anunciam o cantar dos pássaros...

E o brilho do sol...

Onde mais uma noite se foi...

E mais um dia estará indo há alguns instantes...

Porem o barulho da chuva que se aproxima...

Lava meu corpo...

Mas não minha alma...

E o vazio com o silencio das ruas...

Misturam-se a solidão do meu peito...

Sem você continuo até onde não sei...

Talvez até chegar em você...

Quando te vejo...

Meu corpo queima...

Feito fogo ardendo em minha alma...

Respiro fundo...

Na tentativa de me acalmar...

Mas é em vão...

Seu corpo perto do meu...

Meus olhos refletindo nos seus...

Sua boca ali tão perto da minha...

Eu sem poder te tocar...

                                                              O fogo que me queima...                    

Aos poucos me domina...

Na esperança de você me beijar...

Mas são apenas fragmentos...

Dos meus pensamentos...

Dos meus sonhos...

Da minha ilusão...

Mas quando te vejo...

Quando te vejo...

A noite cai sobre mim...

Cobrindo a nudez do meu corpo...

Tapando meu rosto...

Marcado pela sua ausência...

A timidez do dia...

Já não trago mais...

A brisa suave da noite...

Inspira – me a embalar nesse amor...

Descobrir a dor...

Que se tornou a minha vida...

Vejo uma estrela no céu...

Onde um dia você me deu...

Faço um apelo a ela...

Traga meu amor de volta...

Ou morrerei esperando...

E a noite cai sobre mim...

Sinto que estou enlouquecendo,

Entres essas quatro paredes...

Sem você aqui...

Parecemos dois estranhos...

Em mundos diferentes...

Porque tem que ser assim...

Porque se afastou tanto de mim...

Sinto que dia após dia...

Estou enlouquecendo sem você...

E não há nada que possa ser feito...

Vejo meus dias passando...

Como um tapa na cara me marcando...

Meu reflexo no espelho...

Culpa-me por estar assim...

Os olhos vermelhos...

Pedem pra não mais chorar...

O coração sufoca tentando se matar...

Porque já não me aguenta mais...

Sou uma sombra...

Vagando dia e noite pelo espaço...

Procurando um olhar seu...

Mas não encontro...

Porque foge de mim...

A solidão me evita...

Não quer mais ser minha amiga...

A saudade foi embora junto com a esperança...

E eu continuo aqui...

Feito sombra nesse quarto frio...

E sinto que dia após dia estou enlouquecendo...

Amanheceu...

E você continua vivo, presente em minha mente...

E como todos os dias, 

Terei que suportar as lembranças de um amor que nunca aconteceu...

O dia já se vai...

A noite vem vindo como quem não quer nada...

As horas no relógio da sala, marca meia noite...

Eu aqui tentando tirar você dos meus pensamentos...

Que ironia...

 Não pensava tanto em você quando estava comigo...

Eu achava que tinha pelo menos sua presença...

Deito na cama,

Tentando forçar um sono que não vem...

Chego adormecer...

E você vem em meus sonhos...

Por alguns instantes tenho seu amor

E o dia vem surgindo novamente...

Para lembrar me que foi apenas um sonho...

E volto a ter você em meus pensamentos...

Até o dia em que eu não puder mais...