A cocaína...

A cocaína me maltrata...

Trás-me felicidade...

Depois me mata...

Faz me acreditar na amizade...

Que construímos juntos...

Colore meu mundo...

Depois minha vida é destruída...

Como pode se enganar tanto...

A cocaína me envolve...

Trazendo a alegria que move...

Meu corpo para um labirinto sem fim...

Eu e a cocaína brincamos numa roda gigante...

De pega-pega emocionante...

Onde quem ganha é ela...

Sendo minha vida seu maior premio...

Ou melhor, minha morte ingênua...

Num jogo arriscado...

Quem entra não sai...

Quem sai ainda pode voltar...

Porque a cocaína é sua amiga...

Não te larga...

E se você tenta dela separar...

Vira sua inimiga...

Até te matar...

Drogas... 

Essa droga que me consome...

Que mata minha sede...

Mata minha fome...

Percorre meu corpo...

Como uma dranalina...

Parece que já estou morto...

Mas essa é minha sina...

Essa droga que almeja ser minha dona...

Minha luz, minha esperança...

Mas me sonda...

Como seu eu fosse uma criança...

Domina-me nas altas horas da madrugada...

Ensina-me o que é errado...

Dizendo que está certo...

Faz me sentir um tudo e um nada...

Leva me até o céu e ao inferno que aprece ser tão perto...

Essa droga tira minha humildade...

 Minha fraqueza...

Tira minha intimidade...

Coloca mais franqueza...

Tira minha família...

 Minha liberdade...

Humilha-me sem piedade...

Essa droga aos poucos me matando...

Todos me falando...

Mas eu acho que não é nada...

E continuo me drogando...

Até parar numa escuridão...

Que me sobra agora...

Domina-me a solidão...

Pra morrer não tem hora...

Quando se destrói o coração...