Não quero saber do seu passado...

Se andou errado ou foi torturado...

Se cometeu crimes...

 Ou foi firme quando seu sangue derramaram...

Não quero saber seu futuro...

 Se haverá escuro ou tempo nublado...

Quero saber seu presente...

 Porque nele nunca estarei ausente...

 Pois meu amor por você...

 É consciente como um caminho nunca terminado...

 Porém trancado entre curvas de espinhos...

 Dosado pelo gosto de um velho vinho...

 Misturado ao ninho na beira da estrada...

 Onde nosso amor fez sua morada...

Lá no fundo da minha alma...

 Escondo segredos...

 Que até mesmo meu coração desconhece...

 Lá no fundo e profundo...

 Eu ainda sou aquela menina...

 Que tem medo do escuro...

 Tem medo de filme de terror...

Que sonha com um grande amor...

 Lá no fundo...

 Está guardada a menina que nunca pude ser...

 Que foi sufocado pela mulher...

 Que sempre tive que ser...

 la no fundo...

 Existe um mundo que não pude viver...

 Onde os pássaros cantam ao amanhecer...

 Onde não tem a malicia que se tem hoje...

 E a inocência que tão cedo foi roubada de mim...

 Lá vive a menina que se tornou mulher ainda menina...

A minha dor não sinto...

 Porque um dia tanta dor senti...

 Que meu coração parou...

 Hoje essa dor se transforma...

 Em anestésico para minha alma...

 Dor que vem, 

mas bate numa placa de pedra...

 Que se chama coração...

 ele amortece qualquer dor...